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quarta-feira, 20 de julho de 2011

O PREDADOR

Oh sim, repudio o que em mim há de vil...

mas me arde este mal incrustado na entranha!

O nu do meu íntimo assim, tal covil,

abriga, em mil ecos, ardência tamanha!



Oh sim, eu queria saber d’onde vêm

os sopros amenos, suaves, de manha

e tal um anjinho, fluir só o bem,

mas sempre me enredo em ação má, tacanha!



Será que este mal que me vem, dilacera,

o qual eu vomito em impulso e nem sinto,

provém do meu cerne, do gene, é instinto?


Verdade-fogueira que aqui reverbera

e alastra no peito uma chama severa:

Eu sou predador ardiloso e faminto!

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