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quarta-feira, 20 de julho de 2011

AS CONFISSÕES DA INVEJA

Quantas dores me causam triunfos alheios!

E quanto ódio em refluxos nos nervos golfados!

Dilaceram minh'alma brutais tiroteios

quando alguém faz da vida uns acervos dourados.



O furor me afogando em violentos ondeios,

arde em mim o amarume dos dons torturados,

mas as chagas no corpo me servem de arreios

na labuta à procura de mais fracassados.



Vou seguindo nos vales das sortes inglórias,

arrastando destinos por tortuosas rotas,

a cravar minha adaga em sombrias histórias.



Faço pouso em escuras e sinistras grotas

a tramar as ciladas que roem vitórias,

inda que tal me custe entregar-me às derrotas!

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