Nesses teus olhos adormeço meus conflitos
e acendo a chama da mais dócil esperança,
desvendas mundos tão perfeitos, tão bonitos
em que feliz, eu posso alçar minha criança.
Nesses teus mundos não existem os delitos
e a alegria em paz saltita em bela dança,
os sentimentos conturbados, tons aflitos,
são dissolvidos por teus dons de temperança.
Nesses teus dons então mergulho, olhos benditos,
a florescer-me em primavera, em aliança
com que de mais puro há na vida, santos ritos,
santas virtudes, toda bem-aventurança.
Teus olhos, mundos, dons sagrados, sóis dos mitos,
leitos macios em que a alma sonha mansa.